Em 1976 a Guarda foi palco do encontro entre os ministros dos negócios estrangeiros de Portugal e de Espanha, respectivamente Melo Antunes e José María Areílza. Nessa cimeira, em que a então jovem democracia portuguesa foi anfitriã, começou a projectar-se a Espanha moderna. Foi o primeiro encontro sob o reinado de D. Juan Carlos, que havia subido ao trono e restabelecido a monarquia um ano antes. Vem daí a expressão «Espírito da Guarda», que mais tarde seria adoptada pelo Centro de Estudos Ibéricos como lema e afirmação da vocação da Guarda enquanto plataforma de entendimento entre os dois países. Valentín Cabero, geógrafo, catedrático da Universidade de Salamanca e desde há muito um entusista da importância da Guarda no «todo ibérico», comenta as consequências da abdicação, ao cabo de 39 anos de reinado, de Juan Carlos a favor do filho Felipe. É que, explica, em Espanha não há propriamente monárquicos: há sobretudo, «juancarlistas», graças ao carisma e ao papel histórico do monarca cessante. O membro da comissão executiva do CEI ainda deseja ver na Guarda uma nova cimeira, entre chefes de Estado dos ambos os países, seja entre um presidente e um rei, seja entre dois presidentes.
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