A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) propôs ao Património Cultural IP a classificação do sítio arqueológico do Prazo, em Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa. Segundo a CCDRN, a medida tem como objetivo «proteger um notável património da região do Douro Superior e criar as condições para a sua conservação e valorização».
A estação arqueológica foi descoberta em meados do século XX, tendo sido alvo de intensa investigação durante os anos 80 e 90 do século passado e início do século XXI, impulsionada pelo arqueólogo António Sá Coixão. Entre os vestígios conhecidos destacam-se, pela sua monumentalidade, uma villa romana (séculos I a IV) e uma basílica e cemitério medievais (séculos IV a XIII). Parte dos materiais arqueológicos recuperados durante as várias fases de escavação podem ser visitados no Museu da Casa Grande, em Freixo de Numão. A CCDRN considera que o “Prazo” é um complexo arqueológico composto de «materialidades notáveis, testemunho da forma como diferentes grupos humanos se apropriaram e construíram a referida paisagem desde a época pré-histórica até à história recente». Acrescenta ainda que a classificação «vem assegurar que intervenções futuras e atividades naquela área respeitem o valor histórico e cultural do local», assim como as condições da sua «justa valorização cultural, comunitária e turística».
A proposta para classificar o sítio arqueológico do Prazo tem por base os estudos arqueológicos já produzidos «com importância inequívoca» no contexto da arqueologia no Norte de Portugal e um «contributo relevante para a promoção patrimonial e cultural» de toda a região. O arqueólogo António Sá Coixão considera que a classificação «vem salvaguardar um património histórico extremamente importante», mas também é importante «o apoio por parte da Direção Regional da Cultura na conservação» e também «a criação de um sistema de visitas e acompanhamento», já que a associação local, por si só «não consegue suportar tal investimento». Sá Coixão destaca que, «entre os sete ou oito sítios que temos escavado, este é o sítio mais importante». O arqueólogo refere que as ruínas «são muito visitadas e admiradas» e que até já «houve alguém que as apelidou de “Machu Picchu” português».