Na Maternidade da Guarda, o primeiro bebé a nascer em 2022 foi o Isac, originário do Terrenho, no concelho de Trancoso.
O Jornal O INTERIOR, com o Continente, a exemplo do que tem sucedido nos últimos anos, ofereceu 250 euros em compras à família do primeiro bebé nascido na ULS-Guarda. Uma pequena ajuda, mas que é um grande contributo para aliviar os custos com novas despesas da família do Isac. Se houvesse muitas outras campanhas como esta, entre entidades públicas e privadas, provavelmente todos estaríamos a contribuir para haver mais crianças. Todos podemos contribuir. E todos podemos ajudar. Mas é o Estado que tem urgentemente de implementar mais e melhores medidas de apoio à natalidade, às crianças e às famílias.
Se o país perdeu população e a taxa de natalidade voltou a descer, e o distrito da Guarda perdeu mais de 18 mil habitantes entre 2011 e 2021, segundo os Censos. Ainda assim, em 2022 aumentaram os nascimentos na maternidade da Guarda com 489 partos, depois de em 2021 terem nascido apenas 479 . Num momento de tanta discussão e incerteza sobre a manutenção da maternidade da Guarda é muito positivo que haja um acréscimo de nascimentos.
E o meu herói de hoje é mesmo Fernando Araújo, diretor do serviço nacional de saúde, que teve a coragem de pôr o dedo na ferida e afirmar que devem fechar maternidades privadas, onde nascem 40 ou 50 crianças por ano, todas por cesariana, parecendo mais um bloco operatório do que uma maternidade…
apesar de estranhamente as mães com dinheiro gostarem de dizer que vão parir a maternidades privadas onde, quando alguma coisa corre mal, são encaminhadas para os hospitais públicos. Pois sim, como Fernando Araújo, corajosamente vem dizer, quando falamos de encerramento de maternidades, as primeiras que têm de encerrar são as particulares onde os partos são todos feitos por cesariana.
Luís Baptista-Martins