O presidente da concelhia do Partido Socialista recua em relação à posição tomada após a Assembleia Municipal do final de Junho [ver notícias anteriores aqui e aqui], quando veio a público demarcar-se das intervenções do líder da bancada, tendo mesmo dado a entender que era desejo da estrutura fazer mudanças. Passadas as férias, e a poucas semanas da próxima sessão, Agostinho Gonçalves diz à Rádio que a substituição de Joaquim Carreira já não é assunto. Está decidido que o coordenador da bancada vai manter-se até ao final do mandato, depois de a questão ter sido «debatida internamente» e a solução encontrada ter continuado a ser «a actual solução». De resto, o dirigente socialista diz ter recebido «feedbacks muito positivos» acerca do trabalho do partido na Assembleia Municipal da Guarda, apesar – ressalva – de «episódios tristes». Para trás fica a reprimenda pública de Agostinho Gonçalves a Joaquim Carreira, no início de Julho, na sequência de um desses episódios, quando o líder da bancada abafou a eficácia política de outras intervenções (na discussão sobre as contas do município referentes a 2017 ou na interpelação sobre o futuro de quatro dezenas de precários na autarquia, por exemplo) ao ameaçar apresentar uma queixa-crime contra a Câmara pela forma como estava a ser feita requalificação dos antigos Paços do Concelho, na Praça Luís de Camões, tendo chegado a acusar o presidente da Câmara, Álvaro Amaro, de ser «um ignorante». A concelhia acabaria por tornar pública a demarcação em relação às palavras de Joaquim Carreira, defendendo que o PS deve fazer oposição «com elevação e no plano estritamente político, mais nada». Dias depois, foi o vereador socialista, Eduardo Brito, a criticar o sucedido, dizendo que «questões de gosto e de pormenor não devem ser chamadas ao debate político». Mas, afinal, o cabeça de lista à Assembleia Municipal não é, politicamente falando, um “elefante na sala” com que o partido não consida conviver durante mais três anos. E, assim, a substituição não está na agenda da rentrée do PS da Guarda, que será assinalada com um jantar de homenagem aos fundadores e convívio entre gerações de militantes. Agostinho Gonçalves também classifica como «conversa da treta» as críticas à saída da histórica sede sede distrital, elogiado a federação presidida por Pedro Fonseca: «tinha uma situação que tinha que resolver, e resolveu-a». A concelhia partilhará as novas instalações, na Rua Mestre de Aviz.
Oiça aqui: