Pedro Pires, o antigo presidente da Junta de Gonçalo eleito pelo PS e agora presidente da Assembleia de Freguesia numa lista independente, está de regresso ao partido onde nunca deixou de ser militante (apenas não manteve filiação activa nos últimos seis anos). Terminou assim um período de afastamento deste que foi um dos socialistas carismáticos da nova geração na viragem do século (que contribuiu, por exemplo, com a candidatura em Gonçalo nas autárquicas de 2001, para segurar a Câmara naquele ano em que o PS esteve quase a perder as eleições para o PSD). Na origem da separação tinha estado a candidatura independente em 2013, quando se tornou num dos primeiros apoiantes de Virgílio Bento. Um episódio da história política local que havia ter sequelas em 2017 e que a Rádio recorda. Mas os protagonistas dos movimentos de cidadãos, muitos deles provenientes do PS, são essenciais para o partido regressar às vitórias no concelho, considerou Pedro Pires durante a emissão especial da Rádio, na noite eleitoral do passado domingo. E ele próprio deu o exemplo, envolvendo-se na campanha para estas legislativas. O resultado ficou à vista em Gonçalo: o PS obteve 51% dos votos e o PSD baixou para 13%, com apenas mais um votante que a CDU. Nas autárquicas de 2017, a candidatura do PSD (apoiada pela lista independente que Pedro Pires integrou) tinha ganho com 45%, contra 27% do PS. Para esta reconciliação foi determinante a deslocação de António Costa à maior freguesia rural do concelho (onde teve Pedro Pires como anfitrião), antes de partir para o comício na Guarda. Uma decisão nada pacífica entre alguns socialistas mas que se revelou bem sucedida nos resultados. Pedro Pires faz agora um apelo à convergência interna, sem deixar de assinalar que a vitória do dia 6 no concelho e no distrito da Guarda teve como protagonista principal a cabeça de lista Ana Mendes Godinho. Foi «a surpresa» desta campanha, referiram os comentadores da noite eleitoral da Rádio, que reconheceram na deputada eleita qualidades de mobilização e liderança que podem colocar o PS local num rumo de reorganização e afirmação.
Oiça aqui: