A obra de valorização da estação arqueológica do Mileu e de requalificação do largo da capela está parada há meses, porque o projecto incluiria um passadiço sobre as ruínas, idêntico aos que se vêem por todo o país em castelos, muralhas ou também vestígios da época romana, mas que para esta intervenção terá sido desenhado sem ter obtido o parecer das autoridades do património.
A primeira intervenção de fundo, em décadas, para tratamento paisagístico do que sobra daquele que terá sido o centro da Guarda romana esbarra assim num detalhe arquitectónico que os técnicos da Direcção-Geral do Património Cultural alertaram, já com a obra a decorrer, que poderia ferir a preservação dos vestígios milenares e para a qual não tinham sido solicitados pela Câmara Municipal da Guarda a prestar parecer.
O presidente do município, Carlos Chaves Monteiro, diz só ter conhecimento do problema há dois meses e meio e não encontra explicação para o facto de tal autorização não ter sido salvaguardada num processo que envolveu «estudos, avaliações e reuniões».
O autarca revela ter então convocado uma reunião com todas as partes envolvidas, às quais «eu só pedi para me encontrarem uma solução». Não sendo possível o passadiço nem «necessário estar em cima dos vestígios» e podendo estes ser observados «a dois ou três metros de distância», a obra até «acabará por ficar mais barata», conclui Carlos Monteiro.
Assim, «corrigido o projecto, foi o mesmo enviado à Direcção-Geral do Património Cultural para emissão do parecer», já no dia 17 do corrente mês.
O presidente da Câmara que a resposta seja rápida e que «possamos iniciar a obra, que está consignada e está entregue» e só precisa do parecer de Lisboa.
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