O ministro da Educação confirma que a Pousada da Juventude da Guarda vai reabrir e que toda a rede explorada pela Movijovem disponibilizará quartos para estudantes universitários. Tiago Brandão Rodrigues explicou esta quarta-feira na Assembleia da República que as quatro unidades hoteleiras encerradas há sete anos (na Guarda, em Leiria, em Vila Real e em Portalegre) vão reabrir e juntar-se às 17 que se encontram actualmente em funcionamento.
A entidade gestora dos estabelecimentos de turismo juvenil reservará parte das camas para o acolhimento de alunos do ensino superior «em articulação» com a função primária, ou seja, a de Pousada de Juventude.
Mesmo que se trate de mera questão semântica, a verdade é que a formulação hoje apresentada pelo ministro é diferente da que vinha sendo dada como decidida, que consistiria na transformação do imóvel em residência de estudantes, com a futura cedência por parte do Politécnico de cerca de 25 por cento da capacidade (calculada a partir da taxa de ocupação média da pousada antes do encerramento) a utentes de turismo jovem, aos quais seria facilitado o acesso às cantinas e a outros serviços do Instituto.
De resto, o diploma que criava o “Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado” já identificava o edifício como «Antiga Pousada da Juventude da Guarda» [ver aqui].
Esta solução foi inicialmente defendida pelo novo presidente do IPG, Joaquim Brigas [ver aqui], e apoiada pela Associação Académica [ver aqui], mas obteve a oposição de forças partidárias [ver aqui, aqui e aqui] e da Câmara, onde num primeiro momento tinha havido unanimidade contra o modelo [ver aqui], mais tarde quebrada pelo vereador Pedro Fonseca, do PS [ver aqui], quando mudou de posição.
Foi em entrevista à Rádio que o secretário de Estado da Juventude e do Desporto confirmou a nova função do imóvel [ver aqui], sobre a qual a Câmara dizia não ter sido informada [ver aqui].
A Federação Distrital das Associações Juvenis acabaria por solicitar uma audiência a João Paulo Rebelo, para lhe comunicar o desagrado e pedir que revertesse a decisão [ver aqui]. E foi desse encontro que António Bico, o presidente, trouxe indicações [ver aqui] que vêm em linha com que agora é afirmado pelo ministro da tutela: a Pousada vai ser reaberta pela Movijovem, os serviços do Instituto Português do Desporto e da Juventude vão manter-se e serão assegurados quartos para alunos do Institiuto Politécnico. Mas esta deverá ser a função secundária. «Em articulação», nas palavras de Tiago Brandão Rodrigues hoje na Assembleia da República.
Antes desta audição parlamentar o assunto tinha sido levantado na reunião da Câmara da Guarda de segunda-feira. Tanto o vereador Eduardo Brito, do PS, como o presidente do município, Álvaro Amaro, disseram desconhecer qualquer evolução contrária ao que ficara definido havia um mês. E embora ambos coincidam nas críticas ao modelo então anunciado, bem como na defesa da reabertura da Pousada da Juventude, nada mais adiantam até que haja esclarecimentos do Governo.
Oiça aqui: