O director da Escola Profissional da Guarda estranha o anúncio feito pelo Presidente da Câmara acerca da cedência da antiga pousada da juventude ao Instituto Politécnico para somar à lista de edifícios destinados a alojamento de estudantes.
Na grande entrevista que deu à Rádio, na semana passada, Carlos Monteiro revelou que autarquia já tomou posse do imóvel na avenida Alexandre Herculano e vai entregá-lo ao IPG fazendo ela própria obras de reabilitação, estimadas em 15 mil euros.
É muita generosidade, talvez demais, por parte da Câmara, considera João Raimundo. O município está apenas a responder a um apelo para resolver um problema que o próprio Politécnico não soube acautelar nos últimos anos.
A cedência da antiga Pousada da Juventude «vai ser um mau negócio», antevê.
O Governo já tinha recusado, por duas vezes (com o argumento que a Guarda não podia ficar sem um edifício para a juventude), uma proposta de compra da antiga Pousada pela fundação João Bento Raimundo. Na primeira abordagem, ainda com anterior Governo, a fundação oferecia 250 mil euros pelo imóvel, estimando ter de gastar um valor nunca inferior a 150 mil euros em obras de reabilitação, dado o avançado estado de degradação.
O projecto da instituição proprietária da Escola Profissional passaria pela criação de uma escola privada do ensino básico, deixando abertas outras valências para o público jovem.
Mas se a posse do edifício pertence agora à Câmara, como referiu Carlos Monteiro, e existe disponibilidade para o destinar a alojamento do Instituto Politécnico da Guarda, João Raimundo quer acreditar que haverá a mesma abertura para disponibilizar camas para alunos de outros níveis de ensino. Um problema que a Câmara não parece estar a entender, perdendo assim a oportunidade de trazer para a Guarda alunos do secundário de outros concelhos, refere.
Por outro lado, a autarquia tem de anular os entraves ao investimento provado nesta área. A Fundação João Bento Raimundo já construiu uma residência para alunos do secundário (totalmente preenchida por estudantes da Escola Profissional) e adquiriu o terreno de uma antiga fábrica de refrigerantes na Rua da Malmedra (nas Lameirinhas), para edificar uma segunda unidade.
Mas as dificuldades levantadas pelos serviços técnicos municipais têm inviabilizaram a obra, estimada em mais de um milhão de euros.
O sector de obras particulares da Câmara é pesado e burocrático, lamenta João Raimundo.
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