A secretária de Estado da Valorização do Interior disse esta quinta-feira que o Governo está «atento» à supressão de duas ligações (uma em cada sentido) por comboio Intercidades entre Lisboa e a Guarda. «Não sendo competências directas do ministério que eu integro, estamos sempre muito atentos» respondeu Isabel Ferreira a uma pergunta da Rádio, durante a apresentação de uma iniciativa do Clube Escape Livre, que decorreu no Museu do Côa.
A CP decidiu esta semana manter a supressão, de duas ligações do comboio Intercidades na Linha da Beira Alta, uma no sentido Lisboa-Guarda e uma no sentido Guarda-Lisboa.
A decisão já motivou uma tomada de posição da Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, que lamentou a situação, considerando que é «mais um ataque ao Interior» .
Na Guarda, a estrutura concelhia da Juventude Social Democrata, presidida por Tiago Saraiva Gomes, pediu «esclarecimento acerca da veracidade e das razões da supressão de ligações do comboio Intercidades que liga a Guarda a Lisboa, passando por Coimbra e fazendo também ligação ao Porto».
Também o Bloco de Esquerda protestou contra esta situação, lembrando que «o Intercidades da Linha da Beira Alta passa por quatro concelhos do distrito da Guarda, sendo eles Fornos de Algodres, Celorico da Beira, Trancoso (Estação de Vila Franca das Naves) e Guarda, sendo o mesmo um importante meio de deslocação das nossas populações».
E mesmo perante a garantia de que esta poderá ser uma «decisão temporária», o Bloco recorda que «infelizmente já tivemos situações idênticas noutros serviços públicos, que depois de fechados nunca mais reabriram ou quando reabriram foi sem as mesmas valências».
A secretária de Estado da Valorização do Interior assegura, no entanto, que «as acessibilidades são muito importantes em todo o país e em particular nos territórios do Interior». E garantiu que, da parte do Ministério da Coesão Territorial, «acompanhamos e articulamos com o Ministério das Infraestruturas» a resposta política à situação.
Questionada também acerca da redução do valor das portagens na A23 e na A25, Isabel Ferreira esclareceu que «é um caminho que queremos manter» e que o calendário definido no início do ano será mantido. Ou seja: legislar durante o corrente mês de Junho. Mas não se comprometeu com datas nem com valores.
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