O surto de Covid-19 entre estudantes do Instituto Politécnico da Guarda, onde já estão confirmadas mais de duas dezenas de casos positivos, não teve origem nas actividades académicas, mas numa festa de aniversário que terá sido organizada por estudantes estrangeiros oriundos de países de língua oficial portuguesa, esclarece o presidente do IPG.
Joaquim Brigas recusa que o problema seja associado directamente ao Politécnico: «Não temos conhecimento de nenhum caso de contaminação dentro da instituição». Já fora dela «a responsabilidade é de cada um». E «infelizmente temos tido conhecimento de tem havido comportamentos menos responsáveis de agrupamentos de estudantes que não respeitam as normas».
A existência de um número considerável de casos suspeitos foi comunicada ao presidente do IPG no passado sábado pela autoridade de saúde pública. Corresponderia «a um grupo de estudantes que estiveram numa festa de aniversário» e «todos os que estiveram na festa estavam a ser testados».
Porém, «foi-nos dito também que esses estudantes seriam de vários cursos do Politécnico» e face a este dado «não podíamos permitir colocar em risco toda a comunidade académica». Foi assim que, de imediato, «decidimos suspender toda a avaliação presencial por exames, que já tinha sido iniciada, passando os exames que ainda faltam para a plataformas online».
Joaquim Brigas assegura que os exames presenciais não foram causa directa deste foco de infecção e que todas as regras de segurança (impostas pela Direcção Geral da Saúde) foram escrupulosamente cumpridas.
E reconhece que a avaliação à distância pode colocar dificuldades a alguns dos estudantes, que não possuem os meios tecnológicos necessários (computador e acesso à Internet nos locais de residência). Daí que vários tenham optado pelos exames presenciais.
Mas esta é uma situação que os serviços do IPG também estão a procurar resolver.
Quanto ao aumento do número de internados no Hospital da Guarda entre os estudantes que testaram positivo, o presidente do Politécnico procura afastar o alarmismo: a situação clínica dos infectados não é grave, mas as próprias autoridades de saúde tomaram a decisão do internamento como forma de assegurar o isolamento social que não conseguiriam observar nos locais onde estão alojados.
E embora reconhecendo que «é evidente que na Guarda há necessidade de mais habitação» para os estudantes que vêm frequentar o Politécnico, Joaquim Brigas não associa as condições de alojamento (em que muitos estudantes oriundos dos PALOP vivem juntos) a esta foco de infecção. «Caso contrário teria acontecido durante o período de confinamento», conclui.
Oiça aqui o podcast: