A comissão política concelhia do Partido Socialista esteve hoje reunida com Eduardo Brito e deu-lhe conta da disponibilidade da estrutura local para vir a convidá-lo formalmente a ser o candidato à Câmara da Guarda. O encontro decorreu na sede do PS e durou pouco mais de uma hora. À saída nem o presidente da concelhia, João Pedro Borges, nem Eduardo Brito quiseram prestar declarações à Rádio. Mantém-se assim, pelo menos oficialmente, o pacto de silêncio que terá sido acordado com Joaquim Carreira. O vereador e número dois da lista à Câmara há quatro anos terá oficializado junto do órgão partidário concelhio a resposta ao convite para ser candidato. Isto há mais de três semanas. Mas comprometeu-se a não tornar pública a decisão e as razões antes de a concelhia concluir o processo, ou seja, antes de ter um nome alternativo face ao cada vez mais evidente cenário de recusa por parte de Carreira. Apesar desse acordo, várias fontes confirmam à Rádio que a reunião de hoje serviu essencialmente para abordar o presidente da comissão política distrital e antigo autarca em Seia. Depois da indisponibilidade de João Pedro Borges (a quem cabe em primeira instância resolver o problema, como presidente da concelhia) por motivos profissionais [ver notícia anterior aqui] e da resposta negativa por parte de António Saraiva (que invocou razões pessoais e familiares mas também lembrou que, enquanto presidente da federação distrital, teria tanto dever de concorrer na Guarda como em qualquer dos outros treze concelhos), Eduardo Brito é agora o nome que reúne a preferência dos dirigentes concelhia, dos quais há um ano teve o apoio quando avançou para as eleições federativas contra António Saraiva. O antigo presidente da Câmara de Seia não foi, hoje, conclusivo na resposta – asseguram as fontes da Rádio. Mas não fechou a porta à possibilidade de aceitar enfrentar Álvaro Amaro – mesmo depois de ter defendido que o candidato socialista à capital do distrito deve ser daqui natural ou pelo menos cá residente. Mas as circunstâncias mudaram e o partido vive numa espécie de “estado de emergência”, além de que o principal foco da campanha interna de Eduardo Brito foi, precisamente, a ambição de lutar por um bom resultado nas autárquicas naquele que foi, até 2013, um bastião socialista durante 37 anos. Por outro lado, o presidente da comissão distrital pode ter aqui uma forma de projectar o futuro político: perante a ausência de interessados, a coragem de concorrer a umas eleições difíceis para o PS na Guarda acabará por tornar-se num argumento de peso quando chegarem as próximas eleições para a federação distrital; ou quando se discutir a formação de listas para a Assembleia da República. Certo é que, tal como a Rádio avançou ontem, o PS está a fazer todos os esforços para ter um candidato antes do final deste mês. Até porque para 2 de Abril está marcada para a Guarda a convenção autárquica do PSD, com a presença de Pedro Passos Coelho, onde serão apresentados os candidatos social-democratas a todas as câmaras do distrito. Álvaro Amaro será o anfitrião e os socialistas querem evitar dar-lhe razões para explorar a inexistência de adversário.
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