Mais de duas mil pessoas, segundo a organização, participaram no jantar-comício que marcou o arranque da campanha do PSD para as autárquicas no concelho da Guarda e serviu para a apresentação da comissão de honra da candidatura encabeçada pelo actual presidente da Câmara e recandidato, Álvaro Amaro. Ao completamente lotado pavilhão do Núcleo Empresarial foi acrescentada uma tenda para que todos tivessem lugar. Mas nem a azáfama dos funcionários da empresa que serviu o jantar permitiu que a refeição chegasse a tempo aos dois milhares de presentes. O próprio candidato à Cãmara, no início do discurso, chegou a pedir desculpas pelo facto de haver quem ainda não tivesse sido servido. Álvaro Amaro referiu-se àquele jantar como uma iniciativa «de dimensão inédida» para a escala de uma candidatura concelhia – fazendo a alusão ao facto de não se tratar de um comício de organização partidária distrital nem ao qual se tivessem juntado elementos de outros concelhos. As intervenções focaram-se num apelo para um resultado expressivo no dia 1 de Outubro. Tanto o presidente da comissão de honra, Carvalho Rodrigues, como o orador convidado Luís Marques Mendes coincidiram na necessidade de a actual equipa da Câmara ter, «mais do que uma vitória renovada, uma vitória reforçada». «Uma vitória que dê força à Guarda nas negociações tanto em Lisboa como em Bruxelas, como na afirmação perante cidades concorrentes na região centro», justificou o antigo ministro e presidente do PSD. Na comissão de honra, além do cientista e agora cessante presidente da Assembleia Municipal, Carvalho Rodrigues, figuram nomes como Agostinho Silva (professor), António Soares (ex-director da Escola Afonso de Albuquerque), Ana Manso (antiga líder distrital do PSD), Cristina Gamboa (médica), João Caramelo (militante do CDS e antigo líder distrital), Rui Costa (investigador) ou Lurdes Saavedra (antiga vereadora do PS na Câmara). Há ainda vários empresários, entre os quais João Cardoso (Coficab), João Carvalho (Comissão Vitivinícola Regional), Laurindo Prata, João Logrado (Olano), Bernardo Marques, Jean Pina e José Luís Almeida. Ou os desportistas Rui Jerónimo e Micael Sanches. Álvaro Amaro sublinhou e repetiu várias vezes a natureza «suprapartidária» da candidatura e dos candidatos e apoiantes presentes ontem à noite no NERGA. E não poupou os adversários, especialmente Eduardo Brito, aludindo ao facto de o antigo presidente da Câmara de Seia e agora candidato na Guarda ter há alguns anos afirmado que o partido não podia candidatar à Câmara da capital do distrito uma figura de outro concelho «porque isso era tratar os guardenses como “uns trouxas”» e repetido, já no corrente ano, «que o candidato do PS tinha de ser natural e residente no concelho» da Guarda. Acusou, por isso, a candidatura socialista de protagonizar apenas «um ajuste de contas partidário interno», razão pela qual merece «um severo castigo eleitoral». Quanto ao antigo parceiro de coligação, concluiu que «está aqui hoje o verdadeiro CDS» e vaticinou que o candidato que agora concorre pelos centristas, Carlos Adaixo, «vai ser descartado pelo CDS a seguir às eleições» ou «vai ele próprio descartar-se do CDS». Para o Bloco de Esquerda e para CDU, pelo contrário, Álvaro Amaro teve até palavras de elogio pela forma como os dois grupos parlamentares na Assembleia Municipal «fizeram oposição responsável e construtiva».
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