O palco do Teatro Municipal da Guarda está disponível para «todas as estruturas culturais» do concelho e «não se pode reduzir a um veículo directo de uma ou outra estrutura mais privilegiada». É assim que o vereador do pelouro da Cultura, Victor Amaral, justifica a estreia, como um dos destaques da programação do TMG para o próximo trimestre, de mais uma peça do Teatro do Calafrio, um grupo criado pelo antigo director artístico, Américo Rodrigues, logo a seguir a ter sido afastado do cargo (recordar notícia aqui), no final de 2013.
A Câmara e o TMG fornecem o apoio à produção e cedem o palco para a representação de "Empresta-me um revólver até amanhã", nos dias 16, 17 e 18 de Abril. Tudo normal, dentro das opções da programação, refere o vereador: «se há propostas e se as pessoas responsáveis pela programação encontram nas propostas relevância artística para subirem ao palco do TMG, assim seja».
O que Victor Amaral assegura é que o novo grupo de teatro dirigido pelo também técnico da autarquia «não tem critério preferencial» no acesso ao Teatro Municipal da Guarda. Pelo contrário, «queremos tratar todas as estruturas culturais da mesma maneira», de modo a «todas terem no TMG um espaço para poderem concretizar os seus projectos», afirma, sublinhando que «era bom que tivéssemos mais estruturas locais a usufruir do Teatro», sendo essa «a linha que também estamos a traçar».
De um projecto pessoal de Américo Rodrigues – criado logo a seguir ao afastamento do TMG, com o propósito de continuar a agitar culturalmente a cidade – o Teatro do Calafrio, que tem organizado actividades com regularidade, evoluiu há poucas semanas para uma associação cultural, em cuja fundação o antigo director artístico reuniu alguns dos elementos mais próximos. Na designação de órgãos sociais que teve lugar ontem, Américo Rodrigues passou formalmente a exercer as funções de presidente da direcção.
Trata-se, agora, de uma colectividade privada que pode concorrer a apoios públicos e ser parceira de organizações ou, até, ambicionar tornar-se na próxima companhia residente do TMG, já que o elenco do Calafrio é praticamente o mesmo do Projéc~, criado no seio da empresa municipal mas que deixou de ter actividade após a saída de Américo Rodrigues do Teatro.
Este é, porém, um cenário que o vereador da Cultura não coloca: «Nem sequer é um assunto, agora».
Em relação à programação do TMG para este trimestre e à opção por um concerto da cantora Rita Guerra para assinalar os 10 anos do equipamento e o 25 de Abril (ver notícia anterior aqui), Victor Amaral remete a responsabilidade para a escolha técnica do programador: «É uma opção de programação artística, que naturalmente nós aceitámos».
Oiça aqui: