O presidente da Câmara da Guarda, Carlos Monteiro, não quer comentar os recentes desenvolvimentos no PSD, relacionados com o processo autárquico, em que conselho de jurisdição nacional determinou que a direção do partido não poderá escolher candidatos autárquicos para as capitais de distrito, ao contrário do que deliberara a comissão política nacional. «A escolha destes candidatos, embora em diálogo com as estruturas locais, será da exclusiva responsabilidade da CPN do PSD», referia, em Junho, a estrutura liderada por Rui Rio.
O conselho de jurisdição clarificou agora que «no PSD não existe a figura da avocação de funções executivas», pelo que a orientação do partido só pode ser entendida como «uma mensagem política, não jurídica».
Deste modo, prevalecem as regras segundo as quais cabe às comissões políticas concelhias propor os candidatos e às distritais homologá-los, ou não.
Em 2013, por exemplo, a organização então encabeçada por Manuel Batista Rodrigues indicou-o em Fevereiro para candidato à Câmara da Guarda, mas a comissão política distrital presidida por Júlio Sarmento não aceitou o nome e escolheu Álvaro Amaro, que então terminava o último mandato em Gouveia, justificando que «os estatutos do PSD sempre prescreveram que a competência da aprovação dos candidatos autárquicos é da distrital». A concelhia viria a demitir-se em bloco, na sequência dessa decisão.
Mas Carlos Monteiro não quer traçar cenários para uma escolha que o presidente do PSD, Rui Rio, diz não querer abordar antes «de Janeiro ou Fevereiro» de 2021. Apenas garante que «continuarei a fazer o trabalho que me compete pela Guarda», trabalho esse que diz vincular os restantes três elementos da vereação com «funções executivas e pelouros atribuídos».
«Só podem trabalhar do ponto de vista de representação do município aqueles que têm pelouros e competências», lembra o presidente da Câmara, sublinhando que «sou e mais três». «Nós estamos aqui para fazer o trabalho que no âmbito das competências que a lei nos determina».
«A política partidária caberá a outros», que não têm essas responsabilidades na gestão do município, do mesmo modo que Carlos Monteiro diz não querer interferir nas estruturas do PSD local. Apenas «gosto de saber o que se passa no meu partido».
O presidente da Câmara recusa, assim, comentar a eventualidade da própria candidatura, dizendo que respeitará o calendário indicado pelos órgãos nacionais do PSD.
«Até lá, teremos de aguardar de forma pacífica e calma, e fazer com que as instituições funcionem e respeitem os cidadãos que representam», conclui.
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