O antigo presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, que no ano passado encabeçou a candidatura do movimento «A Guarda Primeiro» à freguesia da Guarda, José Manuel Brito, responde em tom duro às declarações de José Igreja (a quem se refere como "candidato derrotado à Câmara da Guarda"), que em entrevista à Rádio classificou como "traidores" [ver notícia anterior aqui] os elementos que pediram a desvinculação do PS para concorrerem pelas listas do grupo de cidadãos às eleições autárquicas de 2013.
Brito, que não chegou a ir a votos devido à decisão favorável do Tribunal Constitucional sobre o pedido de impugnação apresentado pelo Partido Socialista, escreve uma nota na sua página na rede social Facebook, na qual refuta as declarações do então candidato à Câmara e agora vereador da oposição.
Diz que pertenceu "com muita honra " ao PS e que nunca sentiu que tivesse traído o partido. Traição, escreve, seria "traír a minha consciência e apoiar um projecto no qual não me revia", referindo-se à candidatura de José Igreja.
Invoca que "na sede própria e atempadamente, manifestei a minha opinião relativa à candidatura apresentada pelo Partido Socialista, na plena convicção de não ser a melhor solução para a Guarda e para o Partido", referindo que "essa foi a única razão do meu afastamento da candidatura".
José Manuel Brito viria a pedir a desvinculação da militância socialista de mais de três décadas, para a seguir surgir como candidato pelo movimento independente à nova Junta de Freguesia da Guarda, resultante da agregação das anteriores freguesias urbanas de São Vicente (à qual presidira, eleito pelo PS), Sé e São Miguel.
A lista acabou por não figurar nos boletins de voto devido à impugnação, mas não seria o PS a beneficiar do afastamento, pois, tal como para a Câmara, a coligação PSD/CDS obteria larga maioria. Conclui agora o então candidato que "ao derrotarem a minha candidatura como independente 'na secretaria' julgavam que tinham a vida facilitada", só que "o resultado não podia ser mais desastroso".
Por isso refere que "ninguém é dono do PS na Guarda, o partido é dos militantes, é um partido aberto à sociedade, por muito que custe a alguns".
Brito diz mesmo que José Igreja "não tem qualquer cargo politico na Guarda para dar lições de moral a quem quer que seja", aconselhando o actual vereador da oposição a fazer "o papel de oposição na Câmara Municipal da Guarda, para o qual foi eleito".
Garante, no entanto, que "muito devo ao Partido Socialista" e sugere que "outros devem bater com a mão no peito" e analisar a razões de terem perdido a Câmara.
Os comentários de apoio a esta posição de José Manuel Brito no Facebook sucedem-se. Mesmo o último presidente da Câmara eleito pelo PS, Joaquim Valente, considerado um dos mentores da candidatura de José Igreja (e com o qual foi cabeça de lista à Assembleia Municipal) escreve o seguinte na página do antigo autarca de São Vicente: "És e continuarás a ser uma referência do PS".