A ministra da Coesão Territorial esclarece que o Governo «nunca prometeu a suspensão» do pagamento de portagens nas autoestradas do Interior. «O que está em cima da mesa é uma redução», conforme já havia sido anunciado, diz Ana Abrunhosa, em resposta a uma pergunta da Rádio.
Trata-se de uma redução «que se pretende gradual» na A23 e na A25, num calendário a definir.
A plataforma contra as portagens na A23 e A25 tornou pública a ameada do corte das duas vias, caso não haja medidas concretas em relação ao pedido de suspensão do pagamento de circulação até ao final do corrente ano, mas a ministra da Coesão Territorial afasta tal possibilidade.
«A plataforma reivindica aquilo que legitimamente acha que deve reivindicar. Como membro do Governo só tenho de respeitar a posição, mas como membro do Governo também me compete dizer a verdade», afirma.
E a verdade é que «neste momento não temos condições»: «Não temos condições financeiras, temos a taxa de desemprego a aumentar, temos as empresas em lay off, temos o sistema de saúde sob pressão», especifica.
E o argumento dos efeitos económicos da pandemia, invocado para pedir a suspensão das portagens, é usado por Ana Abrunhosa em sentido contrário: «é precisamente no período de pandemia em que vivemos, em que as nossas finanças públicas estão sob grande pressão, que nós temos muita dificuldade em suspender ou eliminar portagens».
Declarações à margem da abertura da iniciativa “Beira Interior Gourmet”, o concurso organizado pela Comissão Vitivinícola da Beira Interior, que vai decorrer até 10 de Agosto.
A ministra da Coesão Territorial elogiou o empenho dos vários parceiros envolvidos nesta actividade e deixou recados e desafios: as crises também são também momentos para arriscar e investir.
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