A Câmara da Guarda aprovou esta segunda-feira, por unanimidade, mas com alguns recados dos vereadores da oposição, o projeto de execução do futuro Centro de Startups a instalar nos dois pisos superiores do mercado municipal. O valor estimado para a obra é de 1,3 milhões de euros.
O presidente do município disse que se trata de «uma área de acolhimento empresarial mais tecnológica», seja para «empresas “start-ups” ou espaço de “coworking”», sobretudo para micro, pequenas e médias empresas. Segundo Sérgio Costa, trata-se de um projeto idêntico àquele que a Câmara «colocou em funcionamento no centro histórico há dois anos e meio, o Centro Empresarial Tecnológico». Para o edil independente, será uma forma de «conseguir oferecer mais condições para que as empresas já instaladas na Guarda possam crescer e para outras que possam vir do exterior». Certo é que os trabalhos só avançam «se houver candidatura aprovada a fundos europeus», ao Portugal 2030, avisou Sérgio Costa.
O PSD votou a favor, mas com alguns recados. Carlos Chaves Monteiro considerou que «todo aquele espaço merecia uma intervenção mais abrangente» porque se trata de um edifício com «mais de 40 anos», que está «antiquado do ponto de vista arquitetónico e funcional». O vereador social-democrata afirmou também que «gastar 1,3 milhões de euros sem um acesso ao terceiro piso, através de uma passagem aérea», a partir do Largo Monsenhor Alves Brás, «não é uma solução adequada». Na sua opinião, como o custo dessa passagem está estimado em meio milhão de euros, «seria melhor repensar a reconstrução» de todo o espaço do mercado ou até «uma alteração de finalidade do edifício». Chaves Monteiro sugeriu mesmo a possibilidade de construir «um edifício novo, moderno e multifuncional, igualmente no centro da cidade», nem que o investimento tivesse de ser mais avultado.
Também o vereador do PS, António Monteirinho, que na segunda-feira substituiu Adelaide Campos, declarou que não é apenas o mercado municipal que precisa de «obras profundas», também a central de camionagem necessita de uma «remodelação total e urgente». O socialista sublinhou que «todo aquele espaço no centro da cidade precisa de ser remodelado», salientando que a central de camionagem é um edifício «sem o mínimo de condições» e que é «indigno a Guarda receber naquelas condições todos aqueles que chegam à cidade». Quanto ao mercado municipal, «deveriam ser feitas obras de renovação e remodelação» com algumas premissas: «Responder às solicitações dos vendedores, atrair mais gente àquele espaço, criando um serviço público que fizesse com que as pessoas se deslocassem», disse António Monteirinho, exemplificando com a instalação, por exemplo, de «um novo centro de saúde» ou até de «um hospital privado». Sugestões que «já foram colocadas em cima da mesa em debates internos» do partido, adiantou.