Ana Mendes Godinho, cabeça de lista do Partido Socialista pelo círculo da Guarda nas legislativas do passado dia 6, não chegará a assumir o lugar de deputada para o qual foi eleita, uma vez que está indigitada como nova ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social [ver notícia aqui]. Mas a ainda secretária de Estado do Turismo parece querer despedir-se das actuais funções, antes da tomada de posse do novo Governo (que deverá ocorrer no início da próxima semana), no distrito pelo qual concorreu, com o que poderá pretender dar um sinal político.
Hoje estará em Vilar Formoso, com o objectivo de deixar calendarizada a requalificação do Parque TIR. O encontro reúne, além de Ana Mendes Godinho, os ainda secretários de Estado João Paulo Catarino (da Valorização do Interior) e Jorge Delgado (das Infraestruturas), bem como o presidente da Câmara de Almeida e o Alcalde Fuentes de Oñoro.
As obras no parque de transportes rodoviários de mercadorias fazem parte de um plano de reabilitação e revitalização da fronteira, como o qual o Governo se comprometeu para compensar o previsível “efeito túnel”, para a economia de Vilar Formoso, da conclusão da obra de ligação da autoestrada A25 à espanhola A62.
Ao fim da tarde, a secretária de Estado do Turismo estará também na Guarda, na cerimónia de entrega da edição deste ano do Prémio Eduardo Lourenço. O prémio, instituído em 2004 pelo Centro de Estudos Ibéricos (associação transfronteiriça presidida pela Câmara da Guarda e formada pelas universidades de Coimbra e Salamanca e pelo Instituto Politécnico da Guarda), distingue personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas.
O professor universitário e investigador Carlos Reis é o galardoado. O júri desta edição foi constituído pelos membros da direção do CEI (reitor da Universidade de Coimbra, reitor da Universidade de Salamanca e presidente da Câmara Municipal da Guarda), elementos das comissões científica e executiva da associação e mais quatro personalidades convidadas: Emílio Rui Vilar e Rui Vieira Nery, indicados pela Universidade de Coimbra; e Ángeles Pérez López e Lucía Rodil, indicadas pela Universidade de Salamanca.
Carlos Reis é reconhecido «pela trajetória de cooperação nos âmbitos académico e cultural de Portugal e Espanha, contribuindo para um intercâmbio cultural de alto valor ibérico». O júri valorizou «a importante obra de teoria literária e os estudos de referência de Eça de Queirós e José Saramago, com ampla repercussão em Espanha, na Europa, no Brasil e Estados Unidos».
Os anteriores galardoados foram Maria Helena da Rocha Pereira (professora catedrática de Cultura Greco-Latina, em 2004), Agustín Remesal (jornalista, 2006), Maria João Pires (pianista, em 2007), Ángel Campos Pámpano (poeta, em 2008), Jorge Figueiredo Dias (professor catedrático de Direito Penal, em 2009), César António Molina (escritor, em 2010), Mia Couto (escritor, em 2011), José María Martín Patino (teólogo, em 2012), Jerónimo Pizarro (professor e investigador, em 2013), Antonio Sáez Delgado (professor e investigador, em 2014), Agustina Bessa-Luís (escritora, em 2015), Luis Sepúlveda (escritor, em 2016), Fernando Paulouro Neves (jornalista, em 2017) e Basilio Losada Castro (escritor, em 2018).
A sessão está marcada para as 17h30 na Sala Tempo e Poesia da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço.