O passivo do universo do município da Guarda, apurado na auditoria externa, cujo relatório foi apresentado esta manhã na Assembleia Municipal, ronda os 91 milhões de euros. Este valor inclui a dívida da Câmara (cerca de 53 milhões de euros), dos Serviços Municipalizados (mais de 16 milhões), da empresa municipal Culturguarda (ultrapassa os 3 milhões) e da empresa municipal Guarda Cidade Desporto (aproximadamente 678 mil euros). Acrescem 17 milhões de euros de compromissos assumidos até 30 de Setembro do ano passado.
Os auditores identificaram alguns pontos problemáticos na gestão financeira da autarquia: o pagamento dos terrenos da Quinta da Maúnça (parte dele feito só em 2013, a uma empresa que já não existiria); o pagamento de obras viárias a uma empresa também inexistente; sobrevalorização de activos; contrato de aquisição do edifício do "Bacalhau"; gestão da sociedade Polis; e contratos-programa com as empresas municipais sem concursos públicos. Haverá ainda 250 mil euros de dívidas não contabilizadas a fornecedores da Câmara, bem como passivos omissos de 300 mil euros. Também os serviços municipalizados terão cerca de 4,7 milhões de euros de dívidas não registadas.
A bancada do Partido Socialista na Assembleia Municipal tentou impedir a apresentação e discussão do relatório nesta sessão, invocando que não tivera acesso prévio ao documento.
O representante da empresa auditora acabou por fazer a apresentação mas, até ao momento, não houve discussão. Os deputados do PS usaram da palavra mas para intervir sobre outros assuntos, não se referindo à auditoria.