A dois anos das próximas eleições autárquicas, Sérgio Costa já assumiu a intenção de se recandidatar à presidência da Câmara da Guarda para fazer o que ainda não foi feito e está a ser projetado.
«Já muita coisa foi feita e há muita coisa ainda por fazer. Nós estamos a planear a estratégia da Guarda para os próximos dez anos assente em algumas bases fundamentais, designadamente nos fundos comunitários», disse à Rádio Altitude o eleito independente do movimento “Pela Guarda”, que está a cumprir o primeiro mandato. Para tal, Sérgio Costa está disponível para «ser presidente nos próximos dez anos», uma decisão que tomou após «longa reflexão»: «Se estou a fazer o caminho, a perspetivar tudo isto, este planeamento para os próximos dez anos, então o que peço humildemente à população da Guarda é que me deixe executar ao longo dos próximos dez anos e aqui me têm disponível para isso», justifica, dizendo que caberá aos eleitores considerar «na hora certa» se é ou não «a pessoa certa» para continuar a presidir à Câmara da Guarda.
«Um autarca que se preze quer fazer coisas, e eu gosto de fazer coisas, quero fazer mais coisas, porque o que me apaixona na política autárquica é fazer coisas para as pessoas, não é a luta do poder pelo poder, que é efémero e de que só precisamos para executar as ações que entendemos fazer», acrescenta Sérgio Costa num curto balanço dos dois primeiros anos do mandato. Opinião diferente tem o vereador do PSD Carlos Chaves Monteiro, para quem «nestes dois anos, a Guarda, que ombreava com as capitais de distrito vizinhas, está a perder a corrida das metas fundamentais do desenvolvimento e da definição de projetos novos que alavancam o desenvolvimento territorial e que o “PG” não assumiu».
Para o antecessor, Sérgio Costa tem feito «uma gestão corrente, focada em ganhar as eleições. Não estão claras as ideias de futuro que promovam o desenvolvimento económico, a criação de emprego, a atração de pessoas». O antigo presidente da Câmara diz mesmo que o movimento independente «abandonou os projetos que vinham de trás e, mais grave, não foram apresentados mais projetos ou ideias novas que criem esperança no território». De resto, Chaves Monteiro critica a «distribuição de dinheiros públicos sem critério em função de uma visão populista para ganhar as eleições daqui a dois anos e que arruína a capacidade financeira do município». Em síntese, o social-democrata garante que estes dois anos ficam marcados «pelo retrocesso no desenvolvimento da Guarda, que se vinha afirmando nos anos anteriores».
Já a vereadora socialista Adelaide Campos resume os dois anos de governação do movimento “Pela Guarda” em três pontos. Na habitação, a Câmara «candidatou-se miseravelmente a um projeto lançado pela Comunidade Intermunicipal para a construção de habitação a custos controlados. Quando o Fundão e a Covilhã concorreram com vários milhões de euros, a Guarda ficou-se por pouco mais de 400 mil euros», lembrou. Já na cultura, a socialista critica o «fraquíssimo programa cultural» para lembrar que «perdemos o apoio da DGArtes que garantia uma boa programação» ao TMG. Por último, Adelaide Campos destaca o «abandono da zona histórica da Guarda, nomeadamente da Praça Velha». São três áreas que levam a vereadora do PS a concluir que «a Guarda está abandonada e sem estratégia», onde a «fixação de empresas e pessoas não tem corrido bem». Contudo, a eleita da oposição admite que há um ponto positivo na governação da atual maioria independente: o lançamento do plano de urbanização do Cabroeiro.