O novo «equipamento cultural âncora» que Eduardo Brito anunciou mas não explicou na entrevista que deu à Rádio em Junho [ver notícia anterior aqui] é, afinal, a “Casa do Clima”. Trata-se da grande promessa do Partido Socialista para os próximos anos, se voltar a ser poder na Câmara, e que será capaz de atrair «centenas de milhares de visitantes» à Guarda, segundo afirmou o candidato este sábado, durante a apresentação das listas aos órgãos autárquicos do concelho.
Eduardo Brito disse que se tratará de um «equipamento científico e cultural» associado «ao mundo universitário, à investigação e ao conhecimento». Isto porque «o clima e as alterações climáticas, associadas ao ar da Guarda, são uma âncora fundamental para trazer economia para o centro da cidade»
A “Casa do Clima” deverá ocupar todo o espaço do antigo Quartel de São Francisco, onde actualmente se situam a GNR, o Arquivo Distrital, a delegação da Liga dos Combatentes e a Direcção Distrial de Finanças. As «relações preferenciais» que o candidato socialista reclama ter com o Governo assegurarão, pelo menos, «a construção de novas instalações para a GNR e para a Direcção de Finanças» noutras zonas da cidade, deixando livres os cerca de 17 mil metros quadrados para a criação do equipamento.
Associado à “Casa do Clima”, Eduardo Brito defende que também na Quinta da Maúnça seja instalado «um museu vivo de como se planta e de como se ordena a floresta».
Esta foi a novidade programática numa sessão que decorreu no anfiteatro exterior da Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço e durante a qual o PS apresentou as listas cuja constituição já tinha sido avançada em grande parte pela Rádio [ver notícia aqui]. Com Eduardo Brito concorrem, ao executivo da Câmara, Pedro Fonseca, Cristina Correia, Manuela Simões, Manuel Simões, Ana Sofia Teixeira, Nuno Fernandes, Nélia Faria, Maria José Sanches e Artur Pina.
A lista à Assembleia Municipal, encabeçada por Joaquim Carreira, foi apresentada com o seguinte elenco nos primeiros 15 nomes (o número actual de deputados eleitos pelo PS): António Monteirinho, Agostinho Gonçalves, Conceição Santos, Matias Coelho, Miguel Alves, Sandra Santos, José Fonseca, Ricardo Antunes, Manuela Fernandes, José Alberto Pires, Hugo Carvalho, Arminda Carvalho, Quelhas Gaspar e Rui Ribeiro.
Se esta fosse a lista, incorreria em ilegalidade por não cumprir a paridade de género nos três primeiros lugares. Situação que Joaquim Carreira acabaria por esclarecer quando questionado pela Rádio: não está ainda definido o nome da candidata que concorrerá em segundo lugar. Cláudia Teixeira continua a ser a mais forte hipótese mas a militante centrista não reúne consenso dentro dos órgãos partidários socialistas, apesar do convite que lhe foi dirigido. Um impasse que deverá ficar resolvido nos próximos dias. Rita Miguel e Joana Carvalho terão sido alguns dos nomes sondados para o lugar, embora os cabeças de lista à Assembleia e à Câmara continuem a preferir uma militante ou simpatizante de outro partido, como é o caso de Cláudia Teixeira, ou uma independente – preferencialmente que possa ser associada ao movimento de cidadãos liderado por Virgílio Bento, que há quatro anos o próprio PS impugnou.
Tanto Joaquim Carreira como Eduardo Brito evocaram o passado, lembrando os 37 anos de gestão socialista na Câmara da Guarda. Mas é notório um rompimento com as linhas “históricas” do partido. Uma situação que o candidato à Câmara reconhece, assumindo que «na renovação não cabem todos». Mais: «aconteça o que acontecer a 1 de Outubro, o PS da Guarda nunca mais será o mesmo», tem repetido Eduardo Brito.
O PS apresentou também cabeças de lista a 25 freguesias rurais, assegurando que nestas, pelo menos, irá constituir listas próprias. Entre os candidatos encontra-se Diamantino Andrade, que concorre em Aldeia Viçosa. Trata-se do militante que, no Verão passado, chegou a disponibilizar-se para ser candidato à Câmara [ver notícia anterior aqui].
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