«A senhora secretária de Estado sabe, como eu sei, e acho que só somos os dois que sabemos». Foi com esta espécie de enigma que o presidente da Câmara da Guarda introduziu um anúncio, hoje, durante a assinatura do memorando para a a abertura do concurso de concessão do Hotel de Turismo no âmbito do programa REVIVE. Se esta tentativa de entrega do imóvel a um promotor falhar, «a economia privada vai comprá-lo e pagá-lo na própria da hora por um milhão e meio de euros». Álvaro Amaro deu assim a entender que tem conhecimento da existência de uma proposta de compra por parte de um possível investidor, pelo valor definido na mais recente avaliação feita pelo Estado. Mas a secretária de Estado do Turismo não se referiu ao assunto nem quis esclarecer se tal intenção existe. Para já, diz Ana Mendes Godinho, o Turismo de Portugal (que comprou o edifício à Câmara em 2011 por 3,5 milhões de euros) está apostado do programa de reabilitação. Hoje ainda não foi feita a abertura do concurso – que, garante a governante, acontecerá até 1 de Agosto. O resultado só será conhecido após as eleições autárquicas. «Se à terceira for de vez, que seja», sublinhou o presidente da Câmara, recordando que esta é a terceira iniciativa para tentar reabrir a emblemática unidade hoteleira. As duas primeiras aconteceram no anterior governo: uma (a venda por 1 milhão e 700 mil euros) ficou deserta; e outra (o arrendamento com opção de compra) teve um finalista que desistiu por não estar previsto um período de isenção de pagamento de rendas enquanto decorressem as obras de reabilitação.
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