Os moradores do prédio na Rua General Pinto Monteiro onde um homem se encontra barricado há quase 24 horas estão indignados com a ausência de explicações e acompanhamento por parte das autoridades. O edifício foi evacuado e niguém está a autorizado a entrar.
Alguns moradores disseram à Rádio que não sabem quando poderão regressar a casa. Queixam-se também de que não lhes é prestado qualquer apoio em relação a questões tão simples como as refeições, o acesso a documentos e dinheiro, a roupa e própria verificação da segurança dos apartamentos. Não sabem, por exemplo, por quanto tempo serão obrigados a permanecer no exterior nem se serão autorizados a pernoitar em casa.
Muitas destas pessoas encontraram um abrigo improvisado no centro comercial próximo, que encerrará dentro de algumas horas. Nenhuma entidade formou, até este momento, qualquer estrutura de apoio aos moradores, como deve ser próprio nestas situações.
Toda a circulação na Rua General Pinto Monteiro está vedada desde a madrugada. O perímetro de segurança foi, ao início da tarde, alargado à Rua Manuel de Arriaga, ao que a Rádio apurou, para proteger a linha de vista a partir do apartamento onde o alegado autor dos distúrbios se encontra fechado, num terceiro andar.
A polícia recusa dar qualquer dar explicação, mesmo à imprensa.
No âmbito da protecção civil municipal também não há qualquer acção prevista mas o vereador responsável, Sérgio Costa, já explicou à Rádio que nada foi solicitado a esse nível pelas autoridades, nomeadamente a PSP. A autarquia apenas recebeu o pedido, no âmbito dos serviços municipalizados, para o corte do fornecimento de água ao prédio, como aconteceu com a electricidade e com o gás. Tratou-se de uma medida preventiva, ordenada pela polícia.
Permanece assim um muro de silêncio sobre este caso e sobre os motivos da demora na intervenção policial. Uma ausência de comunicação que, com o aproximar da noite, gera indignação entre os moradores da zona.
Oiça aqui as declarações dos moradores: