Depois do orçamento de Estado para 2022 ser chumbado, em outubro, parecia que as próximas eleições seriam um passeio para o PS.
Porém, as eleições ainda vinham longe e as campanhas ainda servem para alguma coisa.
Depois de pedir a maioria absoluta, António Costa pede agora votos para poder continuar à frente do governo e, se não ganhar, já se sabe, abandona a liderança do PS.
Rui Rio que não tem jeito para fazer oposição e que se tem limitado a uma campanha de arruadas, sorrisos e conversa sem ideias ou projetos para o país, em que o líder do PSD percebeu que rende mais apoio popular atacar Costa e falar do gato zé albino do que apresentar argumentos ou discutir o estado da nação. Afinal toda a gente está preocupada com o futuro, mas discuti-lo dá muito trabalho e é uma chatice.
Assim, Rui Rio defende a descida de impostos, a descida de IRC, e pouco mais, sem compromissos, mas com muitos sorrisos e palavras bonitas por entre os apoiantes. Um estilo novo, descontraído, para fazer esquecer que era um líder ríspido, intolerante e que não gostava da liberdade de expressão.
Mas se a nível nacional estamos perante um Rio de campanha, em paz e amor, por cá ainda não se percebeu o que distingue o PSD do PS. Num momento em que a eleição do segundo deputado pela Guarda será determinante para o resultado nacional, o PSD na Guarda também defende o Porto Seco, mais desenvolvimento, melhor saúde, mais politicas sociais, redução das portagens, e não fossem as candidatas de segunda linha defenderem para os respetivos concelhos o IC6 em Seia, a estrada Celorico Fornos, o serviço de urgências aberto 24horas em Celorico, ou na Mêda, o heliporto na Mêda ou a estrada da Mêda a Pinhel e não conheceríamos uma ideia, um compromisso que distinguisse a candidatura socialdemocrata daquilo que também o PS tem defendido para o distrito da Guarda, do Centro cientifico e tecnológico para a mobilidade e a logística à “velha” promessa da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR, a segunda fase do Hospital Sousa Martins, garantir a conetividade digital, o Museu da Emigração em Vilar Formoso com o pavilhão que poderá vir do Dubai e voltar a prometer a reabertura do Hotel de Turismo da Guarda, agora com um Centro de Turismo no Interior.
Os demais partidos coincidem em que o desenvolvimento económico é essencial para contrariar o despovoamento do distrito da Guarda que perdeu 17.941 habitantes de 2011 para 2021.
Depois de uma campanha intensa e de vencedor indefinido, domingo veremos quem terá mais razões para sorrir, se António Costa ou Rui Rio, se Ana Mendes Godinho e António Monteirinho ou Gustavo Duarte e João Prata.
Luís Baptista-Martins